Taxa de desemprego diminui, mas por aumento da informalidade, que bate recorde
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE na sexta-feira dia 30 de agosto mostra que a taxa de desemprego recuou no país, mas devido à criação de vagas no mercado informal, que bateu novo recorde. No trimestre encerrado em julho, a taxa de desocupação caiu para 11,8%, o que representa 12,6 milhões de pessoas desempregadas, contra 12,5% no trimestre imediatamente anterior (fevereiro a abril de 2019). Por sua vez, o número de trabalhadores empregados sem carteira assinada atingiu 11,7 milhões no período, enquanto os trabalhadores por conta própria sem CNPJ chegaram a 24,2 milhões.
O nível de informalidade dos trabalhadores ocupados é recorde dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), iniciada no primeiro trimestre de 2012. A condição, prejudicial ao trabalhador, já atinge 38,683 milhões de pessoas, o que corresponde a 42,3% da população economicamente ocupada do país. No chamado trimestre móvel de fevereiro, março e abril, esse percentual era de 41,3%.
São considerados informais as pessoas empregadas no setor privado sem registro na carteira, trabalhadores domésticos também sem carteira, trabalhadores “por conta própria” sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes e amigos.
“Desde o início da crise econômica a inserção por conta própria vem sendo ampliada em função da falta de oportunidade no mercado formal. Um dos sinais de recuperação do mercado de trabalho, dada experiências em crises anteriores, é a redução desta forma de inserção, que atingiu o nível mais alto neste trimestre”, explicou o gerente da PNAD Contínua, Cimar Azeredo.
Nos meses de maio, junho e julho, foram criados apenas 10 mil postos de trabalho regulares. O número de empregados no setor privado com carteira assinada marcou 33,1 milhões, marca considerada estável pelo instituto, em comparação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.
Com o aumento no número de postos sem carteira cai também média salarial da população. Segundo o IBGE, o rendimento médio real habitual do trabalhador chegou a R$ 2.286, contra R$ 2.311 nos três meses antes. O número de empregados no setor privado com carteira assinada marcou 33,1 milhões, estável em comparação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.
A força de trabalho total – a soma das pessoas ocupadas e desocupada – é também a maior da série histórica, estimada em 106,2 milhões: um aumento de 610 mil pessoas (0,6%) quanto ao trimestre anterior e de 2 milhões (1,9%) no mesmo período do ano passado.