Trabalhadores e patrões não chegam a acordo pelo reajuste do Piso Estadual 2019
Segunda rodada de negociação do Piso Salarial 2019 avança, mas índices propostos pelos empresários ainda estão muito distantes da reivindicação dos trabalhadores. Nova rodada ficou marcada para o dia 12 de fevereiro, às 13h30, na FIESC
Não houve acordo entre trabalhadores e patrões na segunda rodada de negociação para definição do reajuste do Piso Salarial Estadual em 2019. Representantes das Centrais Sindicais e Federações de Trabalhadores de Santa Catarina e das federações patronais estiveram reunidos durante mais de duas horas, na tarde do dia 15 de janeiro, na federação patronal. A primeira proposta feita pelos patrões foi de apenas a reposição integral da inflação/INPC registrada nos últimos 12 meses, de 3,43%, para as quatro faixas salariais do Piso Estadual. O percentual oferecido é menor do que o reajuste do Salário Mínimo anunciado pelo governo Bolsonaro, de 4,61%, o que elevou o seu valor para R$ 998,00. A próxima rodada de negociação ficou agendada para as 13h30min do dia 12 de fevereiro, no mesmo local.
A proposta inicial dos trabalhadores era de equiparação do Piso catarinense ao praticado no estado do Paraná, o que significaria um reajuste médio de 12,5%. Diante do impasse, os representantes dos trabalhadores apresentaram uma contraproposta na mesa de negociação, de um reajuste de 8% iguais para as quatro faixas. Assim, a primeira faixa passaria dos atuais R$ 1.110,00 para R$ 1.199,00, a segunda seria elevada de R$ 1.152,00 para R$ 1.245,00, a terceira, de R$ 1.214,00 para R$ 1.312,00, enquanto a quarta faixa do Piso Salarial Estadual passaria dos atuais R$ 1.271,00 para R$ 1.373,00. “A reunião foi positiva do ponto de vista da negociação coletiva, mas não temos como nos basear somente na variação do INPC”, avaliou o diretor sindical do Dieese/SC, Ivo Castanheira.
Os economistas do Dieese também foram na mesma linha de raciocínio. O supervisor técnico do Departamento, economista José Álvaro Cardoso acredita que, “apesar de toda a crise que vivemos há pelo menos cinco anos, vamos atingir o objetivo, que é a conquista de ganho real para o Piso Salarial”. Já o economista da subseção do Dieese, na Fecesc, Maurício Mulinari critica que as entidades patronais fazem uma “política suicida” contra os pequenos e médios empresários: “Ao comprimirem os salários dos trabalhadores, estão prejudicando o próprio mercado consumidor brasileiro e quem se beneficia com isso são as multinacionais, que ganham valores estratosféricos no mercado financeiro. O problema dos empresários não é o pagamento de salário, mas a taxa de juros, que é elevadíssima, e para mudar isso é preciso enfrentar os grandes banqueiros e investidores do país”, avalia Mulinari.
Texto: jornalista Sérgio Homrich